quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Taipas (fim) - uma doce lembrança


No seu período áureo as Taipas foram o destino comum de diversas personalidades de relevo do Portugal de então. Nos jornais da época encontramos diversos nomes ligados às mais diversas áreas da vida pública portuguesa de então que frequentavam as Taipas e que usufruíam dos seus banhos[1].
As propriedades das suas águas termais atraíram às Taipas inúmeras pessoas do pais e do estrangeiro que ali procuravam a cura para os seus males. Passando por vezes longas temporadas nas Taipas, os banhistas desde cedo procuraram uma forma de ocuparem os seus tempos livres. Com os melhoramentos realizados no estabelecimento termal a partir da segunda metade do século XIX, as Taipas conheceram a sua época dourada. Neste período, a afluência de banhistas aumentou e o tipo de oferta para os veraneantes diversificou-se e ganhou em quantidade e em qualidade. Com a perda de qualidade do estabelecimento termal o número de banhistas que procuravam aliar a cura para os seus males a algum conforto e qualidade terá diminuído gradualmente. O mesmo aconteceu com a oferta hoteleira da vila e, supomos, terá acontecido com outros estabelecimentos. Ao longo da segunda metade do século XX, os tempos áureos das Taipas enquanto estância termal iam desaparecendo da memória daqueles que os tinham conhecido. Na imprensa local pode ler-se um ou outro lamento sobre esta matéria. Tudo parecia mudado...
No final do século XX, o brilho dos bailes, convívios, torneios e festividades que outrora tinham animado a estância termal das Taipas já não era mais do que uma doce lembrança.



[1] A título meramente exemplificativo deixamos alguns nomes encontrados em diversos números dos jornais consultados para a elaboração deste trabalho: Camilo Castelo Branco, Ferreira de Castro, Ramalho Ortigão, Francisco Ribeiro Martins da Costa (Francisco Agra),  Conde de Vila Pouca (com casa nas Taipas), General La Cueva (com propriedades nas Taipas), Condes de Margaride, Baronesa de Almargem, António Bernardo Ferreira (filho de Maria Antónia Ferreira, “A Ferreirinha”), Visconde da Trindade, Barão do Valado, Vasco Leão (Deputado), António Alves Carneiro (Deputado), Gaspar Teixeira de Magalhães e Lacerda (Deputado), Francisco Martins Sarmento, Silva Caldas (Professor e Bibliófilo), entre muitos outros.

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